Ainda que...

"Ainda que depois de tudo eu volte para minhas calças jeans,
Ainda que eu suba no salto alto e caminhe sem medo de tropeçar,
Ainda que eu volte a dormir de bruços ou a comer sem lembrar da balança,
Ainda que eu passe a beber sem medir as consequências do álcool sobre você,
Ainda que eu me torne mais tolerante à fumaça de cigarro quando estiver só,
Ainda que eu reconheça meu corpo no espelho,
Ainda que eu possa pegar sol sem temer manchas inimagináveis,
Ainda que eu decida correr, dançar ou pular sem as restrições da barriga,
Ainda que tudo isso aconteça depois de você nascer,
Nunca mais serei a mesma.
Porque ainda que eu exiba uma varizes ou estria vitoriosa sobre o óleo de amêndoas,
E ainda que meu corpo comece a revelar traços da idade,
Ainda que eu me torne uma pessoa com mais preocupações na cabeça e marcas de insônia no rosto,
Ainda que eu tenha muito menos tempo livre para me dedicar a hobbies,
Ainda que eu passe a gastar menos com minha vaidade,
Ainda que eu vá menos ao cinema, que eu saia raramente de noite, que eu fique mais medrosa diante de atividades radicais, que eu me arrisque menos, que não fique mais tão empolgada com viagens demoradas a lugares distantes, que eu telefone menos para as pessoas, que eu queira ficar mais em casa ou pareça menos atenciosa, que eu me sinta um fracasso de vez em quando como mãe e que eu questione minha segurança diante das tuas necessidades...
Por você, meu filho, serei uma pessoa muito melhor!!!!!!!!"


[Créditos para tia Elaine, que "pescou" de alguém. hehehehe]